Filó

Filó
A contadora de "verso"

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Manzape o bolo de mandioca/aipim do Nordeste


Êh meu povo! Eu sou doidinha por Manzape o bolo de mandioca/aipim/macaxeira, lá do meu Nordeste.
Espiem que a cordelista Dalinha Catunda escreveu no seu blog Cantinho da Dalinha um cordel em homenagem ao bolo e também a receita! Meu povo, pensa num negócio gostoso, pois é esse bolo aí. Em cima ele fica uma massinha macia e embaixo uma coisa gelatinosa mas firme (como um pudim durinho) e além de tudo é cheiroso, o danado!
Hummm...êita que as minhas lumbrigas tão tudo saracoteando aqui na minha barriga!
Veja os versos da cordelista Dalinha Catunda sobre essa delícia e também a receita!
BOLO MANZAPE
Manzape bolo gostoso
Que eu comprava nas feiras
Cansei de comer tal bolo
Nas bancas das Ipueiras
Palma e bolacha fogosa
Vendiam as cafezeiras.
*
É feito com massa puba
Esse bolo diferente,
E com mel de rapadura
Sendo o mel ainda quente,
Também leva cravo e coco
O gosto é surpreendente.
*
Depois do bolo batido
Como manda a tradição
Na folha da bananeira
Bota-se boa porção
E no forno é colocado
Para finalização.
*
COMO FAZER A PUBA?
Puba: massa de macaxeira, (mandioca, aipim) fermentada. A raiz bem lavada, descascada ou não, fica oito dias de molho até se desmanchar. Depois é passada e lavada na peneira, para tirar as fibras e se tiver, as cascas. Depois da massa assentada, bota-se num pano de saco para acabar de escorrer e ir secando aos poucos. No saco a massa vira uma bola.
COMO FAZER O MANZAPE?
Desmancha-se o bolão de puba, escalda-se com o mel de rapadura quente, põe o coco e depois é só temperar com cravo e canela. Em seguida abre-se a massa sobre a folha da bananeira, embrulha a mesma e põe no forno, e preferência no forno de lenha.
Texto de Dalinha Catunda

Foto de veronnicamiranda.com.br

sábado, 16 de novembro de 2013

Cordel de Filó

ÊH MEU POVO! Dá uma olhada nas fotos que tão aqui, são das apresentações que eu fiz esse ano contando cordel! Isso é Filó do Cordel ou Cordel de Filó, como queiram!
Eu e meu antigo parceiro Bastião




Eu e o Cordelista Paulo Barja

domingo, 10 de novembro de 2013

Homenagem ao Padre Rodolfo Komorek

Êh meu povo! Vejam a homenagem que fiz ao "Padre Santo" de São José dos Campos, o Venerável Padre Rodolfo Komorek. Espiem que já tem mais de 12 mil graças alcançadas por gente que rezou e fez promessa pra ele! O povo lá do Vaticano tá estudando a papelada pra botar pra frente a beatificação ação. Pro povo ele já é santo!
Saibam mais um bocadinho sobre ele:
Conhecido como o "Padre Santo", Padre Rodolfo Komorek foi um sacerdote Salesiano nascido em 11 de Outubro de 1890 em Bielsko na Polônia extraordináriamente dedicado ao sacerdócio viajou o mundo em missões e viveu no Brasil, onde morreu, na cidade de São José do Campos em 11 de Dezembro de 1949 vítima da Tuberculose no Sanatório Vicentina Aranha. Há na cidade um Relicário dedicado a memória dele. Quem quiser visitar, o endereço é: Rua Padre Rodolfo, nº28, Vila Ema. O quarto onde ele viveu seus últimos dias no antigo Sanatório também está aberto a visitação e fica no Parque Vicentina Aranha, Rua Engenheiro Prudente Meirelles de Moraes,302, Vila Adyana. 

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

7 ANOS DE LEI MARIA DA PENHA

ÊH MEU POVO!
A Lei que bota os cabra safado que gosta de descer a peia nas muié com as orelhas de molho,  completou 7 anos esse ano. Pra comemorar eu fiz um vídeo contando um "verso", ou melhor, "Cordel" da minha amiga Cordelista Maria do Rosário Lustosa. Assistam! Vocês vão ficar abismados com a história! Beijokas cordeladas!

Homenagem ao grande Luiz Gonzaga

ÊH MEU POVO! Se o Velho Lua tivesse vivo, teria feito cento e um anos de idade esse ano. Como o povo tem a mania de comemorar o aniversário de cem anos de gente importante que já finou-se, eu fiz minha homenagem pra Gonzagão. Espiem o vídeo que eu fiz! Esse aqui e/ou o outro com fotos e música na página "vídeos".

CORDEL DE NATAL

Ochente, como o ano passou depressa meu povo! O Natal já tá chegando aí, o povo todo já tá emperequetando as casas (aquele carnaval danado!rsrs) e quem quiser encher a pança de Panettone até o rabo ficar erguido já pode, porque os mercado já tão tudo cheio dos bolo véio de caixa!
Então posto aqui um cordel de natal e o vídeo que fiz contando ele! Beijocas cordeladas!

O QUARTO REI MAGO



por: Urbano Marino



Três reis lá do Oriente

Iam cortando deserto

A estrela de Belém

Ia ficando mais perto

Iam olhando pro céu

Pra não perder o trajeto



E por só olhar pro céu

Nunca olharem de lado

Não prestaram atenção

Num sujeito disfarçado

Na penumbra escondido

Vinha, também, o diabo



O cão-coxo ia calmo

Com objetivo traçado

Da mãe tomar o menino

Educar mal educado

E do Criador vingar-se

Por ter sido enxotado



Pois lá na cabeça dele

Ter caído lá do céu

Fora imenso vexame

Aquilo não foi papel!

E roubar Jesus menino

Era um mamão com mel



Já bem perto do presépio

Num morrinho agachado

Lúcifer muito esperto

Esperava conformado

A visita dos padrinhos

Num prosear animado



De lá do esconderijo

Calmamente vigiou

Viu de lá brilhar o ouro

Com a mirra enjoou

E na hora do incenso

As ventas Demo tapou



Após muio esperar

A campana compensou

Os reis se foram embora

São José se ausentou

“Deve ter ido no mato.”

Demo, sorrindo, pensou



“Agora é ser ligeiro

Entrar na estrebaria

Engazopar a mulher

Nos braços pegar a cria

Fugir depois pro inferno

Onde tenho primazia!”



Muito besta foi o Demo

Em subestimar Maria

Pois, qualquer mãe que se preze

Para proteger a cria

Está sempre em alerta

Seja noite, seja dia



Maria amamentava

Palmas lá fora ouviu

Na manjedoura deitou

O menino que dormiu

Quando veio atender

Segurou um assobio



Sorrindo, bem amanhado

Com um presente na mão

A cabeça coroada

Fivela no cinturão

Vinha ele travestido

De rei d’alguma nação



“Boa tarde, o que deseja?”

Mãe Rainha perguntou

“Perdão, cheguei atrasado.”

O falso rei explicou

“Faço também, este mimo

Ao menino que chegou!”



“Sou demais agradecida

Pela consideração

Mas para entrar aqui

Só com autorização

De José, o meu esposo,

Que já foi ganhar o pão



Nos visite outro dia

Em outra ocasião

Teremos muito prazer

Com sua visitação

Agora me dê licença

Pois vou pra arrumação.”



Por ser sujeito tinhoso

Dianho não desistiu

Fantasia e presente

Foram jogados no rio

Enquanto ele cismava

Buscando outro ardil



Arrumação pra Maria

Era limpar o lugar

Que ela interrompia

Pra do menino cuidar

Tava trocando cueiros

Quando viu alguém entrar



Mal pôde conter o riso

Frente tal aparição

Com peninhas de galinha

Grudadas em seu gibão

Na fantasia de anjo

Assim proclamou o cão:



“Não temais frágil mulher

Sua missão é cumprida,

De agora em diante

A criança é requerida

É uma ordem divina

Não deve ser discutida!”



A mãe então, descobriu

Toda aquela patacoada

Agarrou-se ao menino

E chamou a bicharada:

“Valei-me filhos de Deus!

Já matei a charada,



O canalha Belzebu

Que só semeia desgraça

Quer me roubar Jesus

E dar fim à nossa raça

Na guerra contra o mau

Todos agora são praça!”



O galo obediente

Cantou como general

E pra dar um bom exemplo

Foi logo sentando pau

O capeta acuado

Tentou fugir do curral



Mas aí já era tarde

A vaca o atropelou

O bode deu cabeçada

O carneiro imitou

Diabo piscou um olho

Jumento escoiceou



Veio gato do deserto

Unhou a cara do cão

Um cachorro vira-lata

Fez aquele barulhão

Mas na hora de morder

Foi para trás dum mourão



O malho parou num repente

A bicharada cansou

Roto e estropiado

Belzebu se levantou

A vaca deu um suspiro

De novo atropelou



O galo foi pro puleiro

Pois cumpriu sua missão

Gato ia ocupado

Em limpar a própria mão

O burro, mesmo cansado

Pisava sem compaixão



Maria aproximou-se

Mandou párar a função

Pisando-lhe a cabeça

Ordenou sem mansidão

“Vá de retro Satanás

E não torne aqui mais, não!”



Trinta anos mais um pouco

Só pra recuperação

O diabo ficou velho

E Jesus um rapagão

Reencontro no deserto

No dia da tentação



O diabo com dinheiro

Jesus cheio de razão

Passearam pelo mundo

Tudo isso em visão...

Isso é outra história

Pra outra ocasião!

A História de um cabra danado!

ÊH MEU POVO! Leiam esse Cordel e conheçam um pouco da história de um cabra danado nascido no Crato - CE !



por: Urbano Marino



Vou contar devagarinho

E dum jeito rebuscado

A história dum menino

Que tava desenganado

Com uma vela na mão

Já cama arriado



O povo na vizinhança

Tinha desacorçoado

Um padre de Juazeiro

Que é cidade ao lado

A alma do pobrezinho

Tinha já encomendado



Era quase sol a pino

De onze horas passava

Moscas sobre o menino

Carcará sobrevoava

Tentando sentir o cheiro

Que ainda não exalava



No leito jaz o menino

Olho era só remela

O tempo se foi passando

Fogo comendo a vela

O breu lhe queimou a palma

A cera no couro péla



Com a dor da queimadura

Rolou da cama pro chão

Limpou o olho com cuspe

E saiu num tropeção

O bucho roncou de fome

Chegou perto do fogão



A mãe correu em socorro

Povo se aglomerou

Fez-se grande alvoroço

E uma velha gritou:

“Milagre de Padre Ciço,

o Quinco ressuscitou!”



Fizeram fila na porta

Só pra ver o ressurreto

Curar as muitas mazelas

Ter um contato direto

Para tocar seu cabelo

Ao menos olhar de perto



E foi assim por uns dias

Até que arrefeceu

Um outro fato estranho

No Crato aconteceu

E o destemido Quinco

Forte e bonito cresceu.


CHEGUEI CHEGANDO!

ÊH MEU POVO!
Agora eu também tenho um blog! E já cheguei chegando, vice?!
De vez em quando, quando sobrar um tempinho entre um tanque de roupa suja, uma pia cheia de louça e alguma apresentação, eu venho aqui e escrevo algumas palavrinhas pra vocês!
Beijocas cordeladas!